sexta-feira, 5 de abril de 2013

"Somos portugueses de segunda?"

Por Ângelo Lucas/Global Imagens   
A indignação é geral. Os mais comedidos culpam "a situação"; os menos zangam-se com os adversários propriamente ditos


Várias equipas açorianas também já tiveram razões para fazer falta de comparência. Várias vezes. Se nunca fizeram, foi por uma questão de responsabilidade. E porque as associações, e até alguns dirigentes, a título pessoal, se mobilizaram para custear despesas." As palavras são de Luís Brasil, presidente da Associação de Basquetebol da Ilha Terceira, e espelham o sentimento vivido nos Açores relativamente ao persistente "desrespeito" dos adversários continentais (e até madeirenses), expresso nas sucessivas faltas de comparência de equipas de diferentes modalidades a jogos marcados para o arquipélago.

"Estamos no mesmo país. E não aceitamos ser tratados como portugueses de segunda!", acrescenta Brasil.

Dos vários clubes e associações contactados por O JOGO, apenas o Fonte do Bastardo (voleibol) demonstrou alguma compreensão. "Não culpamos os clubes, que de facto não têm essas verbas ao seu dispor. Lamentamos é a situação", diz Nélia Nunes, vice-presidente.

Hernâni Jorge, vice-presidente do Candelária (hóquei em patins), mostra-se especialmente zangado. "Estes comportamentos são de uma ausência de ética desportiva e de uma falta de fair play enormes", diz. "Nós também temos desafios e planeamos a nossa época a contar com eles. Toda a gente recebe os financiamentos tarde. Não pode é deixar de fazer face aos seus compromissos", diz, na altura mal imaginando que este fim de semana voltará a não ter jogo, por falta de comparência do HC Braga.

Já Marcos Couto, treinador do Boa Viagem (basquetebol), reforça as questões da competitividade. "Uma semana sem jogar é uma semana sem jogar e é também uma semana a treinar sem motivação e concentração. Nós já construímos plantéis reduzidos a contar com as dificuldades", diz. "Outros, nem tanto. O CAB, por exemplo, andou meia época a jogar em casa por deferência dos adversários. Qualificou-se assim para a Taça da Liga, que, aliás, veio a ganhar. E ao chegar a dezembro teve dinheiro para trocar de norte-americana..."



Fonte: ojogo

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