terça-feira, 26 de março de 2013

Entrevista Exclusiva ao Eng.º Gilberto Borges (Presidente da Secção Autónoma de Hóquei em Patins do Sporting CP)






 No âmbito das entrevistas proporcionadas pelo blogue, é com um enorme orgulho que o Sporting Visto Por Nós apresenta a entrevista com o Eng.º Gilberto Borges, Presidente da Secção Autónoma de Hóquei em Patins do Sporting Clube de Portugal!

Saudações Leoninas, Sr. Gilberto Borges,



Sou relativamente novo, mas lembro-me vagamente de ver, atentamente, com o meu pai, alguns jogos de Hóquei em Patins do Sporting Clube de Portugal. Aliás, foi ele que me incutiu muita da paixão que hoje tenho pela modalidade. De entre vagas memórias, lembro-me da conquista da Taça das Taças, em 1991, naqueles dois jogos difíceis, intensos mas muito saborosos – tinha eu apenas 6 anos. Infelizmente, entretanto alguém se lembrou de fazer uma razia às modalidades do Sporting CP (estranhamente, num Clube tão ecléctico quanto o nosso) e o Hóquei não escapou… até àquele fugaz reaparecimento em finais da década de 90, que acabou por não dar certo. Em 2005 surgiu então este projecto, por si liderado, inicialmente assente na formação e que, agora, nos dá a alegria de ver voltar ao lugar que lhe pertence, na I Divisão Nacional da modalidade.



Em nome pessoal e em nome do SVPN agradeço-lhe todo o esforço, devoção e dedicação que levou novamente a secção à glória que tanto merece, afinal o lema do próprio Sporting Clube de Portugal! É um prazer poder fazer-lhe esta entrevista!...



  • Introdução

SVPN - Como surgiu a sua ligação ao Hóquei?

GB - Esta paixão surgiu desde os meus 8-10 anos ao acompanhar os relatos da Selecção Nacional com os famosos Fernando Adrião, Livramento, Vitor Domingues, Vaz Guedes, entre outros. Mais tarde, a estudar na Salesiana no Estoril, fui colega de mesa de escola de uma grande geração de jogadores como Chana, Sobrinho, Picas, Jorge Costa, entre outros. Em 1972 a criação pelo Sporting CP daquilo que viria a ser o dream-team levou-me a acompanhar essa geração com embrião que começou com o nosso capitão Júlio Rendeiro a que se juntaram: António Ramalhete, António Livramento, João Sobrinho, Vitor Carvalho (CHANA), Jorge Costa, José Garrido, José Carmelino, Carlos Alberto. Foram anos de glória estes da década 70.



SVPN - E a sua ligação a este projecto, que leva agora o Hóquei do Sporting CP de volta à I Divisão Nacional?

GB - Começo esta ligação ao Hóquei em Patins do Sporting CP em 2002/03 depois de um enfarte cardíaco que me levou a ter que caminhar. E os passeios diários de onde residia até Sacavém eram o ideal. Comecei a acompanhar a equipa sénior e nessa altura consegui um patrocínio para a equipa. Havia formação muito incipiente, e um dia convidaram-me a assumir a secção da formação. Aceitei, e em 2005, quando se extingue a equipa sénior, eu, pais e mais amigos pusemos mãos à obra e evitámos a extinção da formação. Criámos, com autorização do Sporting CP a secção autónoma em Maio de 2005, que apresentou projecto que gerou os seus frutos e ultrapassou as expectativas a que nos tínhamos proposto. Em menos prazo (2 anos) chegámos com bases de formação à I Divisão e os nossos jovens cumpriram um sonho: devolveram o Sporting CP ao lugar que é seu por direito próprio. Sempre de forma autónoma e auto-suficiente.



SVPN - Dê-nos a sua visão sobre o que tem acontecido no Hóquei do Sporting CP. Desde a equipa de ouro dos anos 70 e que tantos títulos deu ao Clube, até ao primeiro encerramento da Secção (pela Direcção de Pedro Santana Lopes; o ressurgimento (pelas mãos do Eng.º Aguiar de Matos) e a caminhada até à primeira divisão (2003/04,salvo erro) - com consequente encerramento - até este novo projecto.

GB - O encerramento da secção em 1995 foi um erro de estratégia desportiva face ao histórico e ao carisma da modalidade. O Sporting CP tinha a melhor escola de formação do País, ainda hoje reconhecida, e vejam-se os valores que demos às selecções nacionais. O Eng.º Aguiar de Matos reabriu a secção em 1999 e em 2002 já não liderava a mesma. Seguiram-se 2.5 épocas de “desnorte” e com gestão muito pouco trabalhada em que apenas se tentou levar o Sporting CP à I Divisão sem a devida sustentabilidade financeira nem desportiva. Não havia formação de base e, aquando da extinção, apenas meia dúzia de iniciados a patinar. Construiu-se a casa pelo tecto e ela desabou. O que fizemos depois de 2005 foi agarrar pela base o projecto e levá-lo a crescer ao ritmo etário que preconizámos, e conseguimos chegar ao topo. Neste momento o Hóquei em Patins do Sporting CP tem 8 escalões a competir desde Bambis a Benjamins, Escolares, Infantis, Iniciados, Juvenis, Juniores até Seniores. Vencemos 4 títulos nacionais de jovens ( Infantis, Iniciados e Juvenis (2)) e 2 títulos de Seniores. (II e III Divisão) e 13 títulos distritais e regionais em todos os escalões de formação. Neste trajecto tivemos 8 jovens campeões da Europa em sub-17 e sub-20 e 2 vice-campeões do Mundo sub-20. No actual plantel sénior há 2 internacionais por Moçambique que em 2011 conseguiram o 4º lugar (Marinho e Igor Alves).



SVPN - Aquando da construção do novo complexo Alvalade XXI, um novo pavilhão não foi tomado em conta – até pelo anterior encerramento de várias modalidades. Agora, o Presidente Luíz Godinho Lopes voltou a referir a construção de um novo pavilhão, mas a possibilidade tem saído gorada, essencialmente por falta de financiamento para a obra – foi encontrada uma solução transitória (?) com o complexo de Odivelas, mas o Hóquei jogará no Pavilhão Paz e Amizade, em Loures. A importância de ter casa própria em sede própria pesa muito na adesão dos adeptos à modalidade? Que condicionamentos sente com a não existência de um pavilhão próprio?

GB - O Pavilhão para as modalidades do Sporting CP é imprescindível. O Sporting CP é o 2º maior Clube do Mundo em títulos e tal se deve ás Modalidades. Uma forma de unir a família sportinguista é ter uma casa própria pelo menos para os jogos das suas modalidades. O número de sócios do Sporting CP aumenta também com a existência de outras modalidades que não só o futebol embora saibamos que este é a mola fundamental para dar dimensão de escala ao Clube. Presentemente estamos entre São João da Talha e o Paz e Amizade em Loures com a equipa sénior e a formação ainda radicada onde nascemos: Casa do Gaiato, em Loures, nosso local de culto e que é a verdadeira Toca do Leão. Foi aqui que criámos a nossa fortaleza para os títulos nacionais de jovens e onde formámos brilhantes sub-17 e sub-20 para as selecções nacionais. Este espaço em Loures para os seniores devemo-lo a Luíz Godinho Lopes que se empenhou desde o 1º dia connosco, mais de forma pessoal que institucional - é bom dizê-lo - uma vez que ainda há forças contrárias na estrutura directiva que têm impedido o nosso reconhecimento. O tempo dirá.



SVPN - Apesar da Secção ser auto-sustentada e autónoma do Clube, tem o apoio do Sporting CP. Em que consiste, em termos práticos, esse apoio?

GB - Nos primeiros anos e a cada dois anos recebíamos algum equipamento “Puma”, na maioria das vezes com desactualização de modelos, mas nunca reclamámos nada. A Academia também nos ajudou bastante com sobras, e estamos gratos a quem nos ajudou. Em termos de logística, usufruímos algumas vezes de transportes do Clube. De resto, temos feito a nossa caminhada de forma independente no que respeita à componente financeira. Na presente época, o empenho pessoal do Presidente levou a que tivéssemos pela 1ª vez um equipamento a condizer com a grandeza do Sporting CP, embora LACATONI. E ainda uma ajuda financeira, embora muito pequena, que muito contribuiu para a nossa melhor sustentabilidade no Campeonato da I Divisão que só em encargos de logística, associativos e federativos ultrapassa os 50 mil €.



SVPN - É habitual ver faixas da claque Torcida Verde e da COM (Claque Oficial das Modalidades) nos jogos do Hóquei. Existe algum tipo de cooperação? E quanto às outras claques (Juventude Leonina e Directivo XXI)?

GB - Não temos propriamente as claques a dar apoio directo. Há, isso sim, elementos de todas elas que fazem questão em nos acompanhar, e desde a III Divisão que alguns elementos dos Directivo XXI e outros Vet’s têm dado maior contributo com a sua presença. No entanto, para nós são todos sportinguistas e lembro por exemplo que os núcleos e elementos das claques nos acompanham em todo o País e é interessante ver a paixão do Hóquei em Patins no Norte do País, quando aparecem os nossos atletas vestidos com o listado verde-e-branco. Deverei, no entanto, realçar que com os Directivos XXI já passamos 3 festas de Natal a convite deles.



SVPN - Qual considera o 5 ideal, de sempre, do Hóquei leonino? Alguma razão em especial para as escolhas?

GB - António Ramalhete, João Sobrinho, Júlio Rendeiro, Chana e António Livramento. Simplesmente o melhor 5 de sempre a nível nacional e o melhor do Mundo na sua geração.



  • I – Temporada 2011/2012

SVPN - Quais os momentos mais marcantes da temporada?

GB - A vitória em Turquel - que nos garantiu a subida automaticamente - e depois a vitória em Cambra no 2º jogo - que nos deu o direito a sermos os Campeões Nacionais da II Divisão, em 2011/12.



SVPN - Qual era o orçamento da equipa sénior de Hóquei na temporada 2011/2012?

GB - Cerca de 30 mil €.



SVPN - Os orçamentos dos principais concorrentes à subida eram, em geral, superiores, semelhantes ou inferiores ao do Sporting CP?

GB - Superiores.



SVPN - António Ramalho, já com 37 anos, regressou à equipa do Sporting CP, depois de já ter representado o Clube nos anos 80. Foi uma contratação com vista a “emprestar” experiência ao plantel (constituído por jogadores muito jovens)?

GB - Sobretudo a devolução da mística ao grupo. Um exemplo do que queremos fazer dos nossos jovens que são universitários. O António conseguiu conciliar a vertente desportiva com a académica. Um excelente exemplo de conduta humana e desportiva para os mais jovens.



SVPN - Que personalidades reconhecidas mediaticamente, pelos Sportinguistas, viu mais vezes nos jogos da equipa principal?

GB - Os elementos do nosso dream-team e antigos praticantes estiveram muitas vezes presentes na Parede. Tivemos ainda António Aguiar de Matos, Isabel Trigo Mira, Margarida Caldeira da Silva - com maior assiduidade -  e José Eugénio Dias Ferreira também nos visitou como Carlos Oliveira, José Estorninho...



SVPN - Sabemos que tem estima por todos os jogadores seniores do Sporting CP. Mas, a ter de escolher o MVP da temporada, em quem recairia a sua escolha?

GB - Escolheria os resistentes que iniciaram connosco esta caminhada há 10 anos, pela sua perseverança e confiança no projecto: André Pimenta e João Calvão. Eles carregaram a casa ás costas e permitiram que tudo isto acontecesse.



SVPN - Quantas Gamebox’s foram vendidas para a temporada 2011/2012? Ficou aquém ou além das expectativas?

GB - Cerca de 250. Foi bom para 1º ano.



  • II – Temporada 2012/2013

SVPN - A título pessoal, o Marinho e o André Pimenta referiram, em entrevistas ao site “Lusofans”, que o objectivo da equipa esta temporada deveria passar por ficar na metade superior da tabela classificativa. Era um objectivo partilhado pela estrutura?

GB - O objectivo da secção e o que foi pedido aos atletas foi a permanência. Se conseguirmos uma permanência ajustada, tanto melhor.



SVPN - Entre que valores se encontrará o orçamento da equipa do Sporting CP esta temporada?

GB - Cerca de 100 mil €.



SVPN - Qual é o orçamento aproximado das equipas de média dimensão da I Divisão Nacional?

GB - Na ordem de 300/400 mil €, e há quem tenha 10 vezes mais que nós.



SVPN - Pode dizer aos sportinguistas se está prevista a manutenção da maioria dos jogadores que começaram esta temporada ou se, para o futuro, estão planeadas alterações profundas na equipa principal? Caso possa avançar saídas/entradas, enumere…

GB - Este exame fazer-se-á no final da época, no seio do Grupo, e eles serão os primeiros a saber. No entanto, a base de recrutamento será seguramente a Formação própria e é nesse pilar que assentará o nosso futuro. De fora virão reforços com alguma experiência de I Divisão e que transmitam conforto aos nossos jovens na sua continuada evolução. No actual plantel temos 4 juniores e mais 2 seniores que vêm da nossa formação e com 8 a 10 anos de casa. Este argumento é importante, até para que os que vêm de baixo continuem a sua evolução com vista ao objectivo que é ter qualidade para enquadrar de futuro o plantel sénior.



SVPN - Qual o número de Gamebox’s vendidas para esta temporada, tendo em vista a maior expressão da I Divisão da modalidade?

GB - Cerca de 250 sendo que 50 foram Gold. Ficámos aquém da expectativa, por falta de apoio institucional.



  • III – O Hóquei e as modalidades

SVPN - Têm existido contactos constantes com o membro do CD na área das modalidades - Ricardo Tomás – e com o presidente do Sporting CP? A possibilidade do Hóquei passar a ser reconhecido como modalidade oficial do Clube, tendo os apoios da Direcção correspondentes a esse estatuto, poderá ser uma realidade, com esta ou com a próxima Direcção?

GB - Esta Direcção, sobretudo o Presidente Luiz Godinho Lopes, tem manifestado o seu apoio pessoal à secção e em quase todos os jogos nos incentiva com mensagens. Reconhecemos que foi esta Direcção que nos deu lugar, em Alvalade; que nos possibilitou os equipamentos novos da Lacatoni e que nos deu uma pequena ajuda financeira. O Dr. Ricardo Tomás também nos acompanhou nos problemas que lhe fomos expondo, arranjando sempre soluções na medida das suas possibilidades. Agradecidos pela porta que o Presidente nos abriu em Loures e que nos permite estar em S. João da Talha e no Paz e Amizade. Uma palavra ao Miguel Albuquerque que nos tem ajudado a procurar solução para treinar em Loures por cedência de tempos do futsal de formação. O reconhecimento pessoal do nosso trabalho foi feito amiúde. O que pretendemos que o Clube faça é o reconhecimento oficial da Modalidade uma vez que o trabalho está feito, a formação é das melhores do País, existe organização e gente de bem a dedicar-se ao Sporting CP. Falta-nos entrar na família e deixarmos de ser os “filhos pobres” do Sporting CP.



SVPN - Quantos anos passaram desde que a Secção de Hóquei nasceu de novo no Sporting CP (começando só com escalões de formação) até à temporada 2012/2013, em que a equipa sénior se apresenta na I Divisão Nacional?

GB - 8 épocas.



SVPN - Acha possível que as Secções entretanto criadas no Sporting CP (Basketball e Rugby) consigam atingir a I Divisão em seniores no mesmo período de tempo?

GB - Desejo que as secções ora criadas se projectem e atinjam o patamar mais alto. Fica a sugestão que é na formação que elas devem estar suportadas.



SVPN - Quais as razões para a escolha do pavilhão Paz e Amizade, em Loures, para nova casa do Hóquei do Sporting CP (face à anterior casa da Secção e a outros pavilhões nas redondezas)?

GB - O Pavilhão Paz e Amizade já está sinalizado como casa verde-e-branca. Tem mística e quando da sua inauguração, a abertura fez-se com o Hóquei em Patins. Já lá vão cerca de 25 anos. Este ano, com a colaboração da CM Loures, o Sporting CP conseguiu que duas das final-four nacionais (Iniciados e Juniores) se efectivem no Paz e Amizade. A Federação de Patinagem de Portugal acaba de anunciar o local proposto pelo Sporting CP. Esperemos que os nossos Iniciados e Juniores lá cheguem e estou certo que vamos ter casas cheias, no final de Junho.



SVPN - Existe alguma interacção directa entre a Secção de Hóquei em Patins e todas as outras modalidades que compõem o universo leonino (incluindo o Futebol)? Se sim, em que moldes?

GB - Não directamente. Com a Academia temos excelentes relações facto que nos permite fazer o arranque anual, desde há 8 anos, nos finais de cada Agosto. É o baptismo verde-e-branco para todos os nossos atletas dos 4 aos 30 anos. Com o Futsal e o Basquetebol temos relações próximas e assistimos algumas vezes aos seus jogos. Gostaríamos de estar todos juntos para reviver os ambientes das décadas de ouro que o Emérito Presidente João Rocha nos possibilitou.



SVPN - Em entrevista ao site “Lusofans”, e ainda que dizendo-o num tom de elogio, Gonçalo Alves (ex-Sporting CP, agora jogador da UD Oliveirense) referiu que recebeu parabéns «de pessoas que nunca viram um jogo nosso mas que estão sempre atentos aos nossos jogos». Sente alguma frustração pela grande discrepância entre o número de pessoas que aparentemente têm interesse e conhecimento da Secção, e as que acompanham presencialmente a mesma? Que medidas existiram e existirão para tentar contornar este problema (extensível a outras modalidades no Sporting CP)?

GB - Como sabe, o Hóquei em Patins está no ADN do Sporting CP. Esta secção passou uns anos no anonimato e começou a saltar para a ribalta com o bom trabalho na formação, com a conquista de títulos regionais e nacionais; com a chamada de atletas nossos às diferentes selecções distritais e nacionais; com a subida aos seniores; com os títulos nacionais da III e II Divisões Nacionais e, finalmente, com o reaparecimento na I Divisão. E, neste trajecto todo, a coluna principal foi a nossa própria formação, a nossa paixão e a nossa dedicação a esta causa e ao Clube. Logicamente que o universo leonino gosta de Hóquei em Patins e ao ver esta evolução tributa-nos agora o reconhecimento que muito nos orgulha e que mais nos faz crescer.



SVPN - O que diria à possibilidade da Secção de Hóquei em Patins estabelecer iniciativas e projectos solidários, quiçá em consonância com outras modalidades do Sporting CP (inclusive a mais mediática – o Futebol)?

GB - Estamos abertos a todas essas possibilidades. O simples facto de estarmos na Casa do Gaiato, no Tojal, pacificou a instituição e abriu portas a linhas de solidariedade. Os jovens residentes são os nossos melhores adeptos em casa, quando dos treinos ou dos jogos. Temos meninos gaiatos a deslocarem-se a S. João da Talha e a Loures para verem os nossos jogos. Eu diria que abrimos a instituição ao exterior.



SVPN - Pensa que seria aconselhável existirem acções promocionais para as modalidades do Sporting CP (existe já, mas sobretudo no Futsal, e em caso de conquistas) que chegassem com facilidade ao universo Sportinguista?

GB - Sim, claro. Deveria haver uma politica integrada para todas as modalidades.



SVPN - Qual é a sua opinião sobre a possível instauração de uma quota exclusivamente para as modalidades? E sobre juntar o Hóquei à Gamebox modalidades (que já contempla o Futsal e o Andebol) a médio prazo?

GB - Completamente de acordo. Lembramos que o Hóquei em Patins arrasta muita gente aos pavilhões. Os Sportinguistas fora de Lisboa acompanham-nos andando, às vezes, mais do que 100 km de raio para estarem connosco.



  • IV – O Hóquei e o SVPN

SVPN - Em entrevista a este blogue, o jogador Igor Alves descreveu-o como «uma pessoa que gosta do seu amigo, que não gosta de ser traído e que dá a cara por nós e não foge a responsabilidades. Não deixa que falte nada a ninguém. (…) É um grande leão e não vira a cara as dificuldades.» Como se sente, lendo este reconhecimento pessoal e profissional de um dos seus jogadores?

GB - Sou apenas o “mais velho” e quero a todos como se fossem meus filhos e netos. Não gosto de ser traído e para mim a palavra de honra ainda é símbolo sagrado. Faço de cada escalão e do Hóquei em Patins a minha família. E isso sente-se de fora e é motivo para muitos pais e atletas aderirem ao Hóquei em Patins do Sporting CP. No limite, as responsabilidades serão sempre assacadas por mim. As vitórias e sucessos pertencem a cada grupo e fico felize por eles.



SVPN - De que forma é que sente a importância das comunidades digitais relativas ao Sporting CP, como o Sporting Visto por Nós? E de que forma é que pensa que elas podem servir e ajudar o Clube a ser melhor e mais forte?

GB - Este tipo de Comunicação Digital é factor promotor da actividades no Universo Sporting. Mas há que saber ler, e deixar de ler o que muitas vezes atrofia os grupos. Lembro a euforia na III Divisão, quando vencemos invictos. Depois menor euforia na II Divisão, mormente nos dias que tivemos percalços, e na I Divisão, se fossemos ler tudo o que se escreve teríamos já abandonado este nosso barco. As pessoas querem ganhar mas ninguém mais do que nós o queremos. No entanto, sentimo-nos limitados mas não deixamos de dar tudo o que temos dentro de nós. Estamos num patamar alto onde queremos continuar mas sabemos das limitações. Estamos praticamente sozinhos a levar o nome Sporting para a frente. Queremos que nos apoiem sempre, e que nos critiquem quando virem em nós falta de atitude ou de raça. Sou vacinado contra aquilo que se chama “desânimo”. Raramente me apetece desistir porque, afinal, eu continuo a acreditar no que fazemos. E acreditando chegámos aqui. Estamos mais expostos, mas não tememos o futuro.



SVPN - Conhecia, especificamente, este blogue? Se sim, qual a sua opinião sobre ele?

GB - Sim, aprecio bastante.



SVPN - Por fim, pedimos-lhe que deixe uma dedicatória aos leitores do SVPN.

GB - Aos leitores do SVPN calorosas Saudações Leoninas da secção de Hóquei em Patins do Sporting CP. Venham apreciar o nosso trabalho da formação nos jogos na Casa do Gaiato ou em pavilhões onde estejam presentes os nossos jovens atletas. Apreciem o trabalho que se faz nos seniores e esta luta de David contra Golias pela manutenção na I Divisão. Um obrigado ao Mauro por esta oportunidade.



O Sporting Visto Por Nós agradece a todos os integrantes da secção de Hóquei em Patins, desde dirigentes, técnicos, colaboradores e jogadores, e agradece profundamente a oportunidade, disponibilidade e paciência que nos foi facultada pelo Sr. Eng.º Gilberto Borges na condução desta entrevista. Foi um enorme prazer...



Mauro Silva, em nome pessoal e em nome de toda a equipa do Sporting Visto Por Nós.

Sem comentários:

Enviar um comentário