R – Quando começou, é natural que tivesse algum ídolo que quisesse imitar. Quem era o seu?
AR – Curiosamente nem era guarda-redes. Jogava no Benfica que tinha uma equipa com Cruzeiro, Luís Lopes, Perdigão, Lisboa. Admirava muito o Cruzeiro. Mas deixe-me dizer uma coisa que nunca tive oportunidade de fazer. A pessoa que mais admirei no desporto chamava-se José Águas. Foi o atleta que mais me marcou em todas as modalidades. José Águas foi o meu ídolo de desportista. Mais tarde admirei o Livramento, que era um jogador diferente de todos os outros.
R – Fez parte da chamada “equipa maravilha”. Foi a melhor de sempre em Portugal?
AR – Foi a melhor da minha geração. A de sempre não consigo avaliar. Não havia equipa que se comparasse. Juntou jogadores com características que se identificavam e durante aquele período impôs uma supremacia sobre todos os adversários.
R– E a equipa do século?
AR – Fazer parte de uma equipa com Fernando Adrião, Livramento, Chana e Vítor Hugo enche-me de orgulho. Não me posso queixar, porque o meu mérito foi sempre reconhecido.
R– Há várias opiniões como seria o melhor formato do Campeonato Nacional da 1.ª Divisão. Defende, também, o modelo da divisão da prova em duas zonas, Norte e Sul?
AR – Achava bem se as equipas do Sul tivessem algum valor. Mas aqui só temos o Benfica, Paço de Arcos e Sporting na 1.ª Divisão. O Sul estaria sempre em desvantagem em relação ao Norte. O Benfica andaria a jogar uma zona sul com formações muito fracas. Temos o Paço de Arcos, mas é uma equipa que financeiramente não tem estruturas e pode acabar de um momento para o outro. Embora na génese concorde com a ideia, não vejo neste momento como o campeonato poderia melhorar com a divisão em zonas e por isso manteria o atual modelo.
R – Os últimos campeonatos nacionais têm sido dominados por FC Porto e Benfica. Como vê a presente edição?
AR – Não vai fugir ao que tem acontecido. FC Porto e Benfica vão lutar a dois pelo título. A Oliveirense pode ser o outsider. É a equipa que me parece ter melhores condições para roubar pontos aos dois clubes e mesmo vencer. Em relação às restantes, vão lutar essencialmente pela permanência. Mesmo o Candelária, devido à crise, já não tem a força dos anos anteriores.
Fonte: Record
Autor: Vítor Ventura
Fotos: Pedro Simões
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