«Faltam pavilhões para a modalidade»
R – Afastado como interveniente do jogo, continua a seguir a modalidade. Como vê o estado atual do hóquei em patins?
AR – Contrariamente a algumas pessoas, vejo a modalidade muito forte. Há em termos de formação um bom trabalho dos clubes. Há muita miudagem a praticar o hóquei em patins. Agora o que não há são espaços físicos para a prática da modalidade. Os clubes têm cada vez menos espaços para trabalhar. Os pavilhões que existiam há 30 ou 40 anos são os mesmos e muitos deles já não têm condições. Aí reside a principal dificuldade do hóquei português.
R – Mas não invalida que tenhamos obtido vários êxitos internacionais...
AR – Temos excelentes jogadores, ainda agora fomos campeões do Mundo de Sub-20. Os Mundiais e Europeus de seniores não nos têm corrido bem, mas não por falta de valor. O que falta é ganhar uma vez. Tem-nos faltado aquela pontinha de sorte, como aconteceu no Europeu e agora, no Mundial com a Argentina. O valor das três seleções é idêntico.
«Há muita miudagem a praticar mas os clubes têm cada vez menos espaços para trabalhar»
AR – Pergunto se não será por falta da pessoa certa para o lugar de selecionador. O que é verdade é que até aqui não tem resultado. Na minha opinião, não temos ganho por falta da pessoa certa para o lugar de selecionador, porque ao nível dos jogadores os nossos são iguais ou melhores que os espanhóis ou argentinos.
R – Pode a hegemonia da Espanha estar a terminar?
AR – A hegemonia da Espanha pode estar a acabar. Isto são ciclos. Nesta Seleção Nacional sénior temos quatro jovens à volta dos 20 anos. Gonçalo Alves, Diogo Rafael, Hélder Nunes e João Rodrigues são jogadores com muita capacidade e não vejo em Espanha valores com esta idade.
Fonte: Record
Autor: Vítor Ventura
Fotos: Pedro Simões
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