sexta-feira, 4 de abril de 2014

Recuperar hegemonia é o grande objetivo

Portugal não conquista um Mundial desde 2003


Valter Neves é uma das certezas do hóquei nacional.

A pergunta é recorrente no mundo do hóquei em patins: quando é que Portugal volta a conquistar o título mundial, sabendo que o último foi conseguido em 2003, em Oliveira de Azeméis?

Os sinais são positivos, segundo Luís Sénica, selecionador nacional. “Temos verificado que a Espanha também enfrenta problemas de renovação de valores e, apesar de serem campeões do Mundo nas últimas 5 edições, a verdade é que Portugal começa a ter uma equipa competente, com jogadores com perfil de Seleção. Mais dia, menos dia, o título vai pender para o nosso lado”, garante o diretor técnico nacional, que regressou à Federação de Patinagem de Portugal no verão passado, depois de ter saído do comando técnico do Benfica, onde foi rendido por Pedro Nunes.

Eternos rivais

A hegemonia no mundo do hóquei em patins tem sido dividida entre Portugal e Espanha e só a espaços é que Itália e Argentina conseguiram subir ao primeiro lugar do pódio.

A Espanha leva uma ligeira vantagem no Mundial, com 16 títulos, contra os 15 de Portugal, e em 12 vezes ficou em 2.º lugar. A Seleção Nacional obteve a 2.ª posição em 7 ocasiões. Itália e Argentina têm 4 títulos mundiais cada uma.

No Europeu, Portugal supera a Espanha – 20 medalhas de ouro, contra 16, e no lote dos países que inscreveram o seu nome como vencedores há apenas mais dois: Inglaterra (12) e Itália (2).

É fácil constatar que a força do hóquei está alicerçada na Península Ibérica. “A alternância é feita por ciclos e acredito que Portugal pode dominar a próxima década. Quando é que isso será possível? Admito que seja muito em breve. Para o Campeonato da Europa, em Alcobendas, em junho, o melhor desafio passa por ganhar aos espanhóis na sua própria casa”, sustenta o responsável técnico.

Sénica dá ainda conta de um outro conceito: “Os espanhóis mostram uma ténue quebra e nós queremos ser campeões.”

Magia de Livramento até como treinador

É considerado o melhor jogador português de sempre. António Livramento espalhava a magia pelos rinques desde muito jovem e, pelos clubes por onde passou, todos lhe reconheciam enorme talento. Era criativo e tinha classe, destreza e uma técnica apurada.

Livramento não foi, porém, o único a levantar bem alto a bandeira de Portugal. Das primeiras equipas, Jesus Correia e Correia dos Santos são duas grandes referências, bem secundados por Cipriano Santos e mais tarde por Emídio Pinto na baliza.

Mais tarde há a geração de Cruzeiro, Lisboa e Perdigão, até que no início dos anos 60 Livramento mostra a sua classe no Mundial em 1962, em Santiago do Chile, ao marcar 13 golos.

Depois, quando o Palácio de Cristal rebentou pelas costuras, no Mundial de 1968, milhares de pessoas viram que Livramento era mesmo de outra galáxia: 44 golos na prova. Ainda hoje lidera a lista dos mais internacionais na Seleção sénior [ver quadro]. Como selecionador nacional também viveu momentos de ouro com títulos europeus e mundiais. Inesquecível.

SABIA QUE...

Jesus Correia e Correia dos Santos, ambos do Paço de Arcos, são os jogadores portugueses com mais títulos mundiais? Têm 6 cada, seguindo-se Fernando Adrião com 5.

Na última vez que Portugal foi campeão do Mundo, em 2003, em Oliveira de Azeméis, Luís Viana foi o melhor marcador, com 7 golos? Ricardo Pereira marcou 6.

António Livramento disputou o primeiro Mundial em 1962 e foi o segundo melhor marcador da equipa de todos nós, com 13 tentos? Amadeu Bouçós marcou 20 golos

A cidade de Lodi recebeu o Mundial de 1993 e Livramento conduziu a Seleção à vitória, sendo Rui Lopes o melhor marcador de Portugal (24 golos)?

Torcato Ferreira, Júlio Rendeiro, António Raio e Cristiano Pereira foram selecionadores nacionais em várias épocas?


Fonte: Record

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