segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Sanjoanense empata em Espinho no "regresso de Vítor Pereira"

Vítor Pereira foi neste jogo  treinador , guarda redes e capitão !!!


O jogo "grande" da 7ªJornada da II Divisão Nacional de Hóquei em Patins não desiludiu e proporcionou um bom espectáculo à excelente moldura humana presente em Espinho, muito à custa da mais de 200 pessoas que viajaram de São João da Madeira.
 A Sanjoanense apresentou-se com duas contrariedades que se fizeram sentir, Marco Lopes, expulso na jornada anterior, cumpriu o primeiro de três jogos de suspensão impostos obrigando o treinador Vítor Pereira, que havia sido guarda-redes, a voltar a inscrever-se como jogador e a sentar-se no banco de suplentes como jogador, treinador e capitão. 
Além disso, João "Drejo" ausentou-se por duas semanas por motivos profissionais. A juntar a isto, um azar sucedido no aquecimento levou a que Tiago Ferraz partisse o seu patim obrigando um membro do staff a ter que viajar até São João da Madeira para trazer novos patins o que, com a demora inerente à viagem, fez com que o influente jogador só pudesse entrar a três minutos do intervalo.
 Apesar de tanta contrariedade, a Sanjoanense nunca foi inferior, alicerçada num magnífico apoio de uma grande falange apaixonada, fez das fraquezas forças e, com grande união e espírito de sacrifício, mostrou que é uma equipa a ter seriamente em conta.
 Com um início equilibrado e cauteloso de parte a parte, a Ac.Espinho inaugurou o marcador aos sete minutos numa bela sticada de André Pinto. Quatro minutos volvidos, respondeu a Sanjoanense através de Chico Barreira que deu o melhor seguimento a um remate defendido por Paulo Santos. Aos quinze minutos, João Oliveira num choque com o adversário é projectado para a parede, com o árbitro a considerar que o sanjoanense cometeu falta para cartão azul. Interpretação difícil de aceitar e acreditar, que originou um livre-directo para a Ac.Espinho que David Nogueira defendeu com mestria. 
  Ao intervalo verificava-se o empate a um golo, com a Sanjoanense a ter passado por uma situação de powerplay sem sofrer, defendo-se bem e lutando contra algumas decisões estranhas por parte da dupla de arbitragem. A segunda parte abre com um pénalti claro sobre Tiago Ferraz, a favor dos alvi-negros, que a dupla de arbitragem voltou a fazer vista grossa, mas aos três minutos o patim de um espinhense corta um jogada perigosa, dando lugar a livre-directo que Daniel Bastos sticou para defesa. Como quem não marca, sofre, Rui Silva fez o 2-1 aos quatro minutos.
 O encontro estava vivo e interessante, e pouco mais de um minuto depois, Daniel Bastos em novo livre-directo, após a décima falta cometida pela Ac.Espinho, não desperdiçou e fez o 2-2. Aos sete minutos foi a vez da Sanjoanense cometer a sua décima falta, mas David Nogueira voltou a defender a bola parada. Numa toada de bolas paradas, aos dez minutos pénalti claro sobre João Oliveira, tendo sido preciso o árbitro mais distante do lance vir assinalá-lo e Chico Barreira a fazer o 2-3 colocando, pela primeira vez na partida, a Sanjoanense na frente do placar.
 Neste período os comandados de Vítor Pereira podiam ter marcado com duas oportunidades flagrantes desperdiçadas por Tiago Ferraz e Daniel Bastos, com o Espinho a responder com uma bola no ferro e algumas boas defesas de David Nogueira.
 A dois minutos e meio do fim, depois de várias faltas inexistentes terem sido assinaladas a favor dos locais, e com 14 faltas cometidas pela ADS, é assinalda uma infracção muito duvidosa que possibilitou a AC.Espinho empatar o jogo a 3 bolas, resultado que se verificou até ao fim. Não sendo um mau desenlace é, no entanto, uma noite que deixa um "amargo de boca" aos sanjoanenses muito pelas várias decisões duvidosas muito contestadas que tiveram influência no empate. 
Para uma partida deste gabarito, supunha-se que os melhores árbitros possíveis fossem enviados, mas mais uma vez a FPP insiste em fazer experiências com um clube que já provou que não serve de cobaia para nada, que tem uma enormíssima falange de apoio atrás de si, que faz falta ao hóquei em patins, mas talvez o hóquei em patins prefira ter equipas nas divisões principais que não levam mais que 100 pessoas aos pavilhões. 
 No próximo Sábado, a Sanjoanense, que lidera com um ponto de avanço sobre o Póvoa, volta a ter um teste muito exigente recebendo, em sua casa, o Riba D'Ave.

 "Os suspeitos do costume" é o título de um filme de 1995 realizado por Bryan Singer. "Os suspeitos do costume" tiveram muita influência no arruinar de um sonho na temporada anterior. Viana do Castelo, Carvalhos, Sobreira são apenas alguns nomes onde "os suspeitos do costume" não foram competentes. Esperemos pelos próximos episódios para saber se, este ano, os "suspeitos do costume" tentarão, novamente, travar uma equipa que respira confiança entre jogadores e adeptos e que provou que será difícil alguém a bater. Pelo menos, até agora, Espinho é o primeiro nome inscrito na lista, deste ano, dos "suspeitos do costume".

Mundo Desportivo-ADS: Considera, este resultado, dois pontos perdidos ou um ponto ganho?

Vítor Pereira: Teoricamente foi um ponto ganho pois viemos ao terreno de um adversário directo conquistar um ponto mas quem assistiu ao jogo pode considerar que foram dois pontos perdidos, pois nós a pouco tempo do fim estávamos na frente, depois de tantas coisas que nos fizeram, continuávamos na frente, mas acabaram por nos fazer mais uma e não levamos os três pontos. A haver um vencedor, sem dúvida nenhuma que seria sempre a Sanjoanense.

M.D.: No meio de tantas adversidades, ausência de Marco Lopes e Drejo, contrariedade no aquecimento com Tiago Ferraz, a sua equipa demonstrou, mais uma vez, que é capaz de alcançar a melhor classificação possível?

V.P.: Acho que sim, o Espinho mostrou ser uma excelente equipa, é um excelente plantel, nós também temos um bom plantel eu não queria falar mas sou obrigado a dizer, estiveram aqui duas excelentes equipas e uma equipa de arbitragem que não pertencia a este nível, há um cartão azul que é mostrado a um jogador nosso quando ele é projectado para a tabela, é um golo que nos é invalidado depois do adversário nos passar a bola num livre, são duas faltas agora a acabar que não existem, um árbitro do outro lado assinala uma falta atrás da baliza contrária à que está a acompanhar, não tem visibilidade mas ainda assim assinala essa falta e, portanto, houveram vários lances prejudiciais para a nossa equipa e nós, esta noite, com outra arbitragem provavelmente venceríamos e os jogadores do Espinho tinham sido mais penalizados.

M.D.: No momento em que estamos a ter esta conversa, temos uma vista para uma bancada agora deserta, mas que esteve repleta de sanjoanenses, mais de duas centenas que foram inexcedíveis no seu apoio e compareceram em número muito superior à esmagadora maioria dos jogos em casa das outras equipas, que dizer a esta massa associativa irrepreensível?

V.P.: Nós só temos que agradecer, os jogadores do Espinho no fim disseram-me que a nossa massa associativa era fantástica e só posso dizer que a ganhar ou a perder, somos sanjoanense até morrer.

M.D.: No próximo Sábado mais um jogo de exigência máxima, frente ao Riba D'Ave

V.P.: Vamos trabalhar durante a semana para preparar esse jogo, levantar a cabeça e esperemos que haja mais cuidado com a nossa equipa, pois nós somos uma formação que dá muito ao hóquei e merecemos que nos respeitem a 100% e nós, hoje, não fomos respeitados e a maneira como o Espinho acaba por atingir o empate é um desrespeito por quem trabalha com tantas adversidades como nós, que estamos aqui.



Fonte: Mundo Desportivo ADS
Foto: António Lopes

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