Vítor Pereira foi neste jogo treinador , guarda redes e capitão !!! |
O jogo "grande" da 7ªJornada da II Divisão Nacional de Hóquei em Patins não desiludiu e proporcionou um bom espectáculo à excelente moldura humana presente em Espinho, muito à custa da mais de 200 pessoas que viajaram de São João da Madeira.
A Sanjoanense
apresentou-se com duas contrariedades que se fizeram sentir, Marco
Lopes, expulso na jornada anterior, cumpriu o primeiro de três jogos de
suspensão impostos obrigando o treinador Vítor Pereira, que havia sido
guarda-redes, a voltar a inscrever-se como jogador e a sentar-se no
banco de suplentes como jogador, treinador e capitão.
Além disso, João
"Drejo" ausentou-se por duas semanas por motivos profissionais. A juntar
a isto, um azar sucedido no aquecimento levou a que Tiago Ferraz
partisse o seu patim obrigando um membro do staff a ter que viajar até
São João da Madeira para trazer novos patins o que, com a demora
inerente à viagem, fez com que o influente jogador só pudesse entrar a
três minutos do intervalo.
Apesar de tanta
contrariedade, a Sanjoanense nunca foi inferior, alicerçada num
magnífico apoio de uma grande falange apaixonada, fez das fraquezas
forças e, com grande união e espírito de sacrifício, mostrou que é uma
equipa a ter seriamente em conta.
Com um início
equilibrado e cauteloso de parte a parte, a Ac.Espinho inaugurou o
marcador aos sete minutos numa bela sticada de André Pinto. Quatro
minutos volvidos, respondeu a Sanjoanense através de Chico Barreira que
deu o melhor seguimento a um remate defendido por Paulo Santos. Aos
quinze minutos, João Oliveira num choque com o adversário é projectado
para a parede, com o árbitro a considerar que o sanjoanense cometeu
falta para cartão azul. Interpretação difícil de aceitar e acreditar,
que originou um livre-directo para a Ac.Espinho que David Nogueira
defendeu com mestria.
Ao intervalo
verificava-se o empate a um golo, com a Sanjoanense a ter passado por
uma situação de powerplay sem sofrer, defendo-se bem e lutando contra
algumas decisões estranhas por parte da dupla de arbitragem. A segunda
parte abre com um pénalti claro sobre Tiago Ferraz, a favor dos
alvi-negros, que a dupla de arbitragem voltou a fazer vista grossa, mas
aos três minutos o patim de um espinhense corta um jogada perigosa,
dando lugar a livre-directo que Daniel Bastos sticou para defesa. Como
quem não marca, sofre, Rui Silva fez o 2-1 aos quatro minutos.
O encontro estava vivo e
interessante, e pouco mais de um minuto depois, Daniel Bastos em novo
livre-directo, após a décima falta cometida pela Ac.Espinho, não
desperdiçou e fez o 2-2. Aos sete minutos foi a vez da Sanjoanense
cometer a sua décima falta, mas David Nogueira voltou a defender a bola
parada. Numa toada de bolas paradas, aos dez minutos pénalti claro sobre
João Oliveira, tendo sido preciso o árbitro mais distante do lance vir
assinalá-lo e Chico Barreira a fazer o 2-3 colocando, pela primeira vez
na partida, a Sanjoanense na frente do placar.
Neste período os
comandados de Vítor Pereira podiam ter marcado com duas oportunidades
flagrantes desperdiçadas por Tiago Ferraz e Daniel Bastos, com o Espinho
a responder com uma bola no ferro e algumas boas defesas de David
Nogueira.
A dois minutos e meio
do fim, depois de várias faltas inexistentes terem sido assinaladas a
favor dos locais, e com 14 faltas cometidas pela ADS, é assinalda uma
infracção muito duvidosa que possibilitou a AC.Espinho empatar o jogo a 3
bolas, resultado que se verificou até ao fim. Não sendo um mau
desenlace é, no entanto, uma noite que deixa um "amargo de boca" aos
sanjoanenses muito pelas várias decisões duvidosas muito contestadas que
tiveram influência no empate.
Para uma partida deste gabarito,
supunha-se que os melhores árbitros possíveis fossem enviados, mas mais
uma vez a FPP insiste em fazer experiências com um clube que já provou
que não serve de cobaia para nada, que tem uma enormíssima falange de
apoio atrás de si, que faz falta ao hóquei em patins, mas talvez o
hóquei em patins prefira ter equipas nas divisões principais que não
levam mais que 100 pessoas aos pavilhões.
"Os suspeitos do costume" é o título de um filme de 1995 realizado por Bryan Singer. "Os suspeitos do costume" tiveram muita influência no arruinar de um sonho na temporada anterior. Viana do Castelo, Carvalhos, Sobreira são apenas alguns nomes onde "os suspeitos do costume" não foram competentes. Esperemos pelos próximos episódios para saber se, este ano, os "suspeitos do costume" tentarão, novamente, travar uma equipa que respira confiança entre jogadores e adeptos e que provou que será difícil alguém a bater. Pelo menos, até agora, Espinho é o primeiro nome inscrito na lista, deste ano, dos "suspeitos do costume".
Mundo Desportivo-ADS: Considera, este resultado, dois pontos perdidos ou um ponto ganho?
Vítor Pereira: Teoricamente foi um ponto ganho pois viemos ao terreno de um adversário directo conquistar um ponto mas quem assistiu ao jogo pode considerar que foram dois pontos perdidos, pois nós a pouco tempo do fim estávamos na frente, depois de tantas coisas que nos fizeram, continuávamos na frente, mas acabaram por nos fazer mais uma e não levamos os três pontos. A haver um vencedor, sem dúvida nenhuma que seria sempre a Sanjoanense.
M.D.: No meio de tantas adversidades, ausência de Marco Lopes e Drejo, contrariedade no aquecimento com Tiago Ferraz, a sua equipa demonstrou, mais uma vez, que é capaz de alcançar a melhor classificação possível?
V.P.: Acho que sim, o Espinho mostrou ser uma excelente equipa, é um excelente plantel, nós também temos um bom plantel eu não queria falar mas sou obrigado a dizer, estiveram aqui duas excelentes equipas e uma equipa de arbitragem que não pertencia a este nível, há um cartão azul que é mostrado a um jogador nosso quando ele é projectado para a tabela, é um golo que nos é invalidado depois do adversário nos passar a bola num livre, são duas faltas agora a acabar que não existem, um árbitro do outro lado assinala uma falta atrás da baliza contrária à que está a acompanhar, não tem visibilidade mas ainda assim assinala essa falta e, portanto, houveram vários lances prejudiciais para a nossa equipa e nós, esta noite, com outra arbitragem provavelmente venceríamos e os jogadores do Espinho tinham sido mais penalizados.
M.D.: No momento em que estamos a ter esta conversa, temos uma vista para uma bancada agora deserta, mas que esteve repleta de sanjoanenses, mais de duas centenas que foram inexcedíveis no seu apoio e compareceram em número muito superior à esmagadora maioria dos jogos em casa das outras equipas, que dizer a esta massa associativa irrepreensível?
V.P.: Nós só temos que agradecer, os jogadores do Espinho no fim disseram-me que a nossa massa associativa era fantástica e só posso dizer que a ganhar ou a perder, somos sanjoanense até morrer.
M.D.: No próximo Sábado mais um jogo de exigência máxima, frente ao Riba D'Ave
V.P.: Vamos trabalhar durante a semana para preparar esse jogo, levantar a cabeça e esperemos que haja mais cuidado com a nossa equipa, pois nós somos uma formação que dá muito ao hóquei e merecemos que nos respeitem a 100% e nós, hoje, não fomos respeitados e a maneira como o Espinho acaba por atingir o empate é um desrespeito por quem trabalha com tantas adversidades como nós, que estamos aqui.
Fonte: Mundo Desportivo ADS
Foto: António Lopes
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