quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Patrícia Costa revela que apitar no Mundial é mais que um sonho

Árbitra Patrícia Costa
A árbitra Patrícia Costa, primeira mulher angolana a apitar num campeonato do mundo de hóquei em patins, está feliz por constar do restrito grupo de juízes nacionais indicados para esta prova inédita no Continente Africano. Para ela esta presença representa muito mais que um sonho, revelou à Angop.

Descontraída e simpática, a árbitra recebeu a equia de reportagem da Angop esta manhã numa das salas do hotel em que está hospedada no Namibe, para falar do seu percurso e do seu estado espírito, nesta prova e depois de ter sido abertamente elogiada por especialistas na modalidade.

Embora tenha estado em vários torneios internacionais, como o de Montereux, no campeonato sul-americano e no mundial feminino, assim como no torneio internacional Zé Dú (em Malanje), participações que, segundo ela, a tornaram numa árbitra mais experiente, as vezes ainda sente “um friozinho” na barriga na hora de entrar em campo, porque cada competição tem "as suas particularidades”.

Aos 36 anos, nove dos quais de apito à boca, “Tucha”, como também é chamada, é a primeira mulher angolana a apitar num campeonato do mundo, o que considera ser um ganho “muito grande” para si, já que a isto está associada a questão de Angola organizar uma fase final pela primeira vez em África.

“A nível profissional o ganho é muito maior, porque esta prova é o patamar onde qualquer árbitro espera chegar e eu estou muito feliz por constar deste leque de quadros seleccionados para o mundial”, disse, sorridente.

“Não é um sonho pessoal, mas profissional, porque estar no mundial é sempre um sonho maior. Nem tudo é alegria, tenho enfrentado algumas dificuldades, porque os jogos nem sempre são iguais, de vez em quando surgem algumas dificuldades, principalmente no que diz respeito a adaptação às constantes alterações de regras na modalidade, combinada com a falta de clinics de refrescamento no país, mas são obstáculos que não influenciam negativamente o meu cumprimento, enquanto profissional”, sustentou a entrevistada da Angop.

Do ponto de vista de desempenho, disse que tem recebido elogio até de dirigentes do Comité Internacional de Arbitragem (CIA) e neste sentido tem procurado manter a sua postura e elevar um pouco mais a sua condição técnica e física.

Para ela, a sua participação pode moralizar outras mulheres a aderirem a este ofício, pois maior parte delas sente-se retraída em optar pela arbitragem, quanto mais de hóquei, uma modalidade em desenvolvimento no país. “Muitas fazem os cursos, mas depois desaparecem, eu por exemplo, fiz o curso com quatro outras raparigas, que actualmente não sei onde andam”, lamentou.

Patrícia Costa entrou no hóquei em patins como jogadora, isto ainda nos anos 90, já passou por equipas como o Petro de Luanda, representou a selecção nacional, depois seguiu para a Alemanha onde estudou e continuou a praticar hóquei, regressada ao país, deu com a dura realidade da extinção da equipa feminina de hóquei.

Segundo ela, após isso lhe apareceu uma oportunidade para fazer um curso de arbitragem e nela encontrou uma forma de continuar na modalidade e optou pela arbitragem.

A sua indicação para apitar em todas as jornadas dos grupos B e D, é um claro reconhecimento da competência de jovem juíza angolana.

Para além de Patrícia Costa, constam ainda do lote de árbitros seleccionados, Edelfir Cipriano, Jorge Borges e Nascimento Júnior.

 Fonte: Angop

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