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O gosto pela modalidade surgiu desde muito cedo e, praticamente, foi amor à primeira vista. Com 5 anos era guarda redes de Futebol do Boavista FC e, por acaso, o meu tio falou-me que uns miúdos estavam a andar de patins num ringue perto da minha casa, em Lavra. Fui lá e conheci o meu primeiro treinador, Raúl Alves. Desde esse momento abandonei o Futebol e dediquei-me ao Hóquei Patins.
Teres feito a formação no FC Porto foi fundamental para teres atingido o nível que tens hoje?
O interesse do FC Porto surgiu desde cedo. Lembro-me que, quando ainda era infantil B, já me queriam contratar. No entanto, por vários motivos, o interesse não foi recíproco e não aceitei. Até que, no último ano como iniciado, o Renato Garrido, já meu treinador da Selecção Distrital do Porto, convenceu-me a aceitar.
Desde esse momento, percebi que tinha entrado num clube completamente diferente, com um grau de exigência muito elevado. Fiz toda a formação de juvenis e juniores sempre com os melhores treinadores; aos quais aproveito para fazer um agradecimento por tudo o que fizeram por mim – Renato Garrido e Carlos Realista, que sempre acreditaram em mim; Domingos Guimarães, Prof João Lapo e Franklim Pais.
Nos últimos anos como júnior, para além de jogar por este escalão, tive também a oportunidade de treinar e jogar pelo escalão sénior. Treinava diariamente com ambos e joguei inúmeras vezes, jogos da liga dos campeões, taça de Portugal e Supertaça, pelos seniores. Tive, assim, a oportunidade, que poucos atletas têm, de jogar ao lado dos ídolos que cresci a ver deslumbrar os ringues, que dominam o panorama nacional do Hóquei Patins e que desde o primeiro segundo me apoiaram, como o Reinaldo Ventura ou o Caio.
Todos os momentos me fizeram crescer e ganhar títulos que poucos jogadores da minha idade conseguirão alcançar.
A saída do FCP com a subida ao escalão sénior foi uma nova fase da tua carreira? Como encaraste esse momento?
Na altura da saída do FCP passei um momento complicado, primeiro como todos os jovens, abandonar um clube como o FCP nunca é fácil. com a agravante de depois de ter praticamente tudo acertado com o Tó Neves para assinar pelo Oliveirense, a transferência não se realizou, levando-me na altura a ter uma queda para a segunda divisão, altura em que assinei pela Nortecoope. Na altura só as pessoas que estavam comigo sabem o que sofri.
Saíste com o sonho de voltar?
Claro, como todos os jovens o FCP é sempre um sonho e aconteça o que acontecer vai ser sempre um sonho. Afinal, trata-se de uma das melhores equipas do mundo, é o objectivo de qualquer atleta praticante desta modalidade.
Qual tem sido o trajecto no escalão sénior?
Joguei o meu último ano de junior praticamente todo nos seniores do FC Porto depois joguei 2 anos na Fundacão Nortecoope. Este último ano estive no HA Cambra.
Esta última época no Cambra foi positiva ou esperavas jogar mais?
A nível pessoal não posso dizer que foi 100% positiva visto ser exigente comigo mesmo. sempre tive confiança na equipa técnica, mas nos momentos decisivos procuravam a experiência dos mais velhos. Percebia algumas opções outras eram muito discutidas.
Terminada a época vais continuar em vale de Cambra?
Não, fui informado à cerca de 2 semanas que já não era uma mais valia para a equipa técnica.
Achas que o processo não foi gerido correctamente?
Claro que não foi bem gerido, a forma como fomos dispensados não foi a mais digna. Quando 15 dias antes jogas com um dedo suturado e te pedem um esforço, nunca pensas que vais ser dispensado… Quando no início da época prometem mil e uma coisas, no fim esqueceram tudo isso. Saio com magoa porque as coisas poderiam ter sido feitas de outra forma, visto trazer todos os adeptos do HA Cambra no meu coração.
Fonte: PhotoReport |
Esta situação deixou-te livre para abraçares um novo projecto. com 23 anos queres continuar a rolar entre os melhores?
O meu objectivo é continuar na primeira divisão entregar-me, dedicar-me com todo o esforço e ajudar o clube que confiar em mim.
Quais são os teus objectivos desportivos no imediato?
Neste momento o que mais quero é resolver a minha situação desportiva e mostrar o meu valor a todos os que não acreditaram em mim.
Entrevista feita por Indoor.pt
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