Para abrir o
leque das grandes entrevistas deste espaço, o escolhido foi João
Candeias. Aos 19 anos, o jogador natural de Oeiras que começou a patinar
no Paço d'Arcos, é reforço do Óquei de Barcelos e, fomos conferir o seu
estado de espírito a pouco mais de um mês de fazer as malas e se mudar
para o norte, mudança essa que é um sonho seu, desde há alguns anos,
como nos relatou nesta entrevista exclusiva.
Sempre
Barcelos: Antes de mais… Para quem não conhece ficar a conhecer, quem é o
João Candeias? Onde já jogou e o que é que já ganhou?
João Candeias:
Sou um apaixonado pelo hóquei em patins. Desde 1999, com cinco anos que
estou na modalidade. Fiz todo o meu percurso - até ao último ano de
Iniciado - no Clube Desportivo de Paço D’Arcos. Neste período, fui
campeão distrital em todos os escalões de formação, com presença em
todas as final-four. Em iniciados, fui vice-campeão nacional, na
final-four realizada no pavilhão CDPA, na época de 2008/2009.
Em juvenil
transitei para o Sporting Clube de Portugal, onde permaneci três épocas –
duas de juvenil (2009/2010 e 2010/2011) e uma de júnior (2011/2012) –
onde fui bi-campeão nacional de juvenis.
Regressei
entretanto ao Clube Desportivo de Paço D’Arcos, na época 2012/2013 como
júnior de segundo ano, onde trabalhei em juniores e seniores com o
técnico Pedro Nunes. Foi sem dúvida uma época muito marcante, com o
grande privilégio de ter trabalhado com um grande grupo de atletas e um
profissional de excelência, no mundo do hóquei em patins.
SB: Consideras esta mudança para Barcelos como um salto na carreira?
JC: A
mudança para Barcelos representa para mim, acima de tudo o cumprir de um
sonho: O de jogar no norte. Claro que espero e desejo que seja uma
aposta e um desafio ganhador!
SB: O que motiva um jogador de 19 anos que sempre representou clubes da zona de Lisboa, mudar-se para o norte?
JC: Como
já referi, jogar no norte foi sempre um sonho meu. Tive essa noção
quando fiz a minha final-four em Vila Nova de Famalicão, como infantil.
Foi uma ideia que nunca abandonei e esta época houveram todas as
condições para a concretização desse sonho. Poder realizar esse sonho em
Barcelos tem a maior importância para mim, pois foi em Barcelos que em
2010/2011 fui bi-campeão nacional, ao serviço do Sporting Clube de
Portugal, com
um pavilhão repleto de adeptos e com uma energia única, que nunca tinha
vivido! No fundo, vou regressar onde já fui muito feliz e, onde espero
voltar a ser.
Claro que estar
a 400 quilómetros de casa, longe da família e dos amigos não vai ser
fácil, mas estou preparado para ganhar novos amigos, que me farão sentir
em casa.
SB: Quais são as expectativas quer a nível individual, quer a nível colectivo para a época 2013/2014 no Barcelos?
JC: A
nível individual as expectativas prendem-se com a continuação da minha
evolução e do meu crescimento como atleta, sempre focado em dar o meu
melhor e o máximo contributo à equipa, de modo a que juntos consigamos
chegar o mais longe possível.
SB: Na época
que agora termina, apontaste trinta e dois golos no nacional de
juniores. Quantos te propões a marcar na tua primeira temporada como
sénior?
JC:
Neste momento não estou muito preocupado com os golos que vou marcar,
porque o hóquei em patins é um jogo de equipa e o foco tem de ser no
trabalho e no rendimento colectivo. No entanto, só há um caminho para as
vitórias; muito trabalho, muito empenho e claro, todos os golos
possíveis e quem sabe impossíveis, são para marcar! Claro que a
superação é sempre um objectivo que tenho presente, mas neste momento é
no trabalho diário que vou estar focado, para lá chegar.
SB: Vês no
OCB um clube como trampolim como foi para muitos jovens que por aqui
passaram ou é para ti, representares o maior de Portugal uma realização e
um projecto a longo prazo?
JC: É
sem dúvida um grande desafio e um compromisso que desejo seja vencedor e
que honrarei sempre! Quanto a ser um projecto de longo prazo, será o
tempo que todas as partes - direcção, o técnico e eu – entendermos que
assim seja. Não sou apologista de um jogador andar sempre a mudar de
clube. É preciso fazer um trabalho de continuidade, para se verem os
melhores resultados - colectivos e individuais - e esse será o meu foco,
neste momento, no Óquei de Barcelos!
SB: Já foste
a vários estágios da selecção nacional, mas faltou sempre “um bocadinho
assim”. Acreditas que pode ser agora o momento?
JC: Só o
seleccionador é que sabe. Vou continuar a trabalhar e fazer por merecer
todas as oportunidades que me forem dadas. Claro que é um sonho e há
que acreditar!
SB: É
conhecida a tradição dos adeptos do Óquei em acompanharem a equipa e
serem exigentes com os jogadores… Que opinião tens do clube e da sua
massa adepta?
JC:
Do que conheço, vive-se e respira-se no Barcelos um ambiente único e
isso é muito importante, porque o nível de entrega, dedicação e respeito
eleva-se ao seu máximo. Só com pessoas exigentes conseguimos chegar
mais longe e essa envolvência aumenta em mim, a responsabilidade de
vestir e honrar a camisola do clube.
SB: Que opinião tens do Mister?
JC: Sei
que o técnico Paulo Freitas é um profissional muito competente e
exigente. Nesta fase de transição para o O. C. Barcelos, tem sido uma
pessoa muito presente e muito interessada em que tudo corra bem, mas
certamente que vamos ter muito tempo para nos conhecermos muito melhor.
SB: E dos teus companheiros? Já conheces algum?
JC:
Tenho acompanhado os seus percursos, uns mais do que outros, mas tenho a
certeza de que me irão receber muito bem e que tudo será feito, para
sermos uma grande equipa!
SB: Uma palavra aos leitores do Sempre Barcelos sobre o que podem esperar de ti no clube…
JC: De
mim poderão esperar muito trabalho, muito empenho e dedicação. Tudo
farei para que a confiança depositada em mim, pelo técnico e pela
direcção do Óquei de Barcelos seja totalmente retribuída dentro de
Uma entrevista de Sempre Barcelos
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