sexta-feira, 14 de junho de 2013

Yuri Simão aponta "critica" à falta de rostos nas campanhas publicitárias



A campanha publicitária do Mundial de hóquei em patins, que Angola vai albergar de 20 a 28 de Setembro, precisa dos “rostos” dos intervenientes e não só, afirmou hoje, sexta-feira, o mestre em marketing desportivo Yuri Simão.
 De acordo com o especialista, que avaliou o nível publicitário, a menos de 100 dias para o evento, a campanha apresenta algumas lacunas, pelo facto de não estar a ser acompanhada da imagem dos jogadores, além de faltar uma perspectiva futurista.
 Na opinião de Yuri Simão, nesta altura os atletas da pré-selecção já deveriam jogar fora das quadras, participando em campanhas publicitárias nos outdoors, escolas e centros comerciais para se tornarem conhecidos.
 “Os jogadores de hóquei não são conhecidos como os de futebol e basquetebol, por isso antes da prova eles precisam aparecer, devem, mais do que ninguém, ser os rostos da campanha de marketing, assim como a mascote e os ex-atletas”, frisou, adiantando que Kaissara não é o único antigo praticante e que outros, como Toy Adão e Né, também merecem alguma visibilidade.
 Explicou que a campanha está se incidir pouco na selecção nacional e deveria ser o contrário, realçando que os órgãos de comunicação social estão a fazer a sua parte, mas falta o Comité Organizador alterar a sua estratégia neste sentido.
 Por outro lado, este especialista em marketing, mestrado pelo Centro Internacional de Estudos Desportivos (Suiça) e FGV Fifa Master, destacou também a necessidade de pensar no “day after”.

“Como estará o hóquei no país depois do Mundial?”, questionou.
 Adiantou que este momento deveria ser aproveitado com a recuperação de algumas infra-estruturas com tradição na modalidade, como é o caso do pavilhão do CDUAN e mobilização de adolescentes para prática da mesma.
 “A 'febre' de patinadores que se regista nas ruas nada tem a ver com o Mundial, mas a organização não está a explorar este lado, poderiam fazer um 'casamento' bonito. O Comité pode aproveitar para introduzir também patins de quatro nas ruas e ao mesmo tempo mobilizar os adolescentes para ingressarem nos clubes. É aí que funciona o lado informativo”.

“Depois do evento temos que sentir que ficou um legado, devemos olhar para trás e notar que desportivamente a modalidade ganhou alguma coisa como aumento do número de praticantes, melhoramento das infra-estruturas etc”.

“Devemos aprender com os erros anteriores. Realizamos o Afrobasket em 2007 e no final o número de praticantes diminuiu, alguns clubes fecharam e os pavilhões, que custaram muito dinheiro, estão abandonados”, sublinhou, acrescentando que o mesmo regista-se no futebol depois do CAN2010.

Apontou como exemplo a seguir o andebol, que depois de organizar o africano aumento o número de praticantes. “O andebol foi nas escolas e muito cedo os alunos começam a praticar, hoje um nacional campeonato nacional chega a ter mais aderência que os seniores comparativamente ao número de atletas”, comentou.

Apesar de reconhecer que o Comité está a esforçar-se para divulgar o evento, disse que a publicidade nos táxis é desnecessária, na medida em que não transmite nenhuma novidade.

Yuri Simão destaca ainda que o esforço do governo, com a realização do Mundial em Angola, deve ser valorizado, assim como a visão do presidente da federação Carlos Alberto Jaime, com uma organização que contribuía para o desenvolvimento da modalidade.

Fonte: Angop

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