A campanha publicitária do
Mundial de hóquei em patins, que Angola vai albergar de 20 a 28 de
Setembro, precisa dos “rostos” dos intervenientes e não só, afirmou
hoje, sexta-feira, o mestre em marketing desportivo Yuri Simão.
De
acordo com o especialista, que avaliou o nível publicitário, a menos de
100 dias para o evento, a campanha apresenta algumas lacunas, pelo
facto de não estar a ser acompanhada da imagem dos jogadores, além de
faltar uma perspectiva futurista.
Na
opinião de Yuri Simão, nesta altura os atletas da pré-selecção já
deveriam jogar fora das quadras, participando em campanhas publicitárias
nos outdoors, escolas e centros comerciais para se tornarem conhecidos.
“Os
jogadores de hóquei não são conhecidos como os de futebol e
basquetebol, por isso antes da prova eles precisam aparecer, devem, mais
do que ninguém, ser os rostos da campanha de marketing, assim como a
mascote e os ex-atletas”, frisou, adiantando que Kaissara não é o único
antigo praticante e que outros, como Toy Adão e Né, também merecem
alguma visibilidade.
Explicou
que a campanha está se incidir pouco na selecção nacional e deveria ser
o contrário, realçando que os órgãos de comunicação social estão a
fazer a sua parte, mas falta o Comité Organizador alterar a sua
estratégia neste sentido.
Por
outro lado, este especialista em marketing, mestrado pelo Centro
Internacional de Estudos Desportivos (Suiça) e FGV Fifa Master, destacou
também a necessidade de pensar no “day after”.
“Como estará o hóquei no país depois do Mundial?”, questionou.
Adiantou
que este momento deveria ser aproveitado com a recuperação de algumas
infra-estruturas com tradição na modalidade, como é o caso do pavilhão
do CDUAN e mobilização de adolescentes para prática da mesma.
“A
'febre' de patinadores que se regista nas ruas nada tem a ver com o
Mundial, mas a organização não está a explorar este lado, poderiam fazer
um 'casamento' bonito. O Comité pode aproveitar para introduzir também
patins de quatro nas ruas e ao mesmo tempo mobilizar os adolescentes
para ingressarem nos clubes. É aí que funciona o lado informativo”.
“Depois
do evento temos que sentir que ficou um legado, devemos olhar para trás
e notar que desportivamente a modalidade ganhou alguma coisa como
aumento do número de praticantes, melhoramento das infra-estruturas
etc”.
“Devemos
aprender com os erros anteriores. Realizamos o Afrobasket em 2007 e no
final o número de praticantes diminuiu, alguns clubes fecharam e os
pavilhões, que custaram muito dinheiro, estão abandonados”, sublinhou,
acrescentando que o mesmo regista-se no futebol depois do CAN2010.
Apontou
como exemplo a seguir o andebol, que depois de organizar o africano
aumento o número de praticantes. “O andebol foi nas escolas e muito cedo
os alunos começam a praticar, hoje um nacional campeonato nacional
chega a ter mais aderência que os seniores comparativamente ao número de
atletas”, comentou.
Apesar
de reconhecer que o Comité está a esforçar-se para divulgar o evento,
disse que a publicidade nos táxis é desnecessária, na medida em que não
transmite nenhuma novidade.
Yuri
Simão destaca ainda que o esforço do governo, com a realização do
Mundial em Angola, deve ser valorizado, assim como a visão do presidente
da federação Carlos Alberto Jaime, com uma organização que contribuía
para o desenvolvimento da modalidade.
Fonte: Angop
Fonte: Angop
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