terça-feira, 21 de maio de 2013

Ivan Esculudes faz a diferença no Egipto

Ivan Esculudes (foto D.R.)
Hóquei: «Estou a dar o meu melhor, por mim e pelo meu País» - Ivan Esculudes
Abalado pela morte do pai, em dezembro, Arsénio Esculudes, figura incontornável da modalidade no País, Ivan decidiu respirar outros ares e rumou ao Egito para aceitar o convite do Al-Dakheleya. Em boa hora o fez, diz. Sagrou-se campeão e tem ajudado nos treinos dos jovens sub-15, 17 e 20, também eles campeões.

Decidiu aceitar o convite para jogar no Al-Dakheleya, onde chegou em março. Como surgiu a oportunidade de se transferir para o Egito?

- Em 2010 fui jogar o Campeonato Africano na África do Sul, onde estavam dirigentes do Al-Dakheleya e gostaram de me ver jogar, mas não me abordaram. Só mais tarde, curiosamente, através de uma foto no Facebook em que fui identificado, entraram em contacto com o José Carlos, treinador que também já passou pelo Egito, que, por sua vez, me disse que queriam falar comigo.

E ficou logo entusiasmado com a possibilidade de imigrar?

- Ao princípio não, mas eles nunca deixaram de me convidar. Com a morte do meu pai, em dezembro, senti que precisava de respirar outros ares e em março decidi aceitar.

Está arrependido?

- Nada mesmo. Em boa hora decidi vir. Encontrei pessoas fantásticas que me têm ajudado.

Como tem sido a sua adaptação a um país de costumes tão diferentes?

- Ao princípio foi complicado, o estilo de vida no Cairo, não tem nada a ver com o de Maputo, mas adaptei-me rapidamente. A comida não é má, mas há comida italiana e de fast food. A linguagem também é um entrave, pois sou o único estrangeiro, vamos comunicando em inglês e gestualmente e no rinque falamos hóqueipatinês [risos].

A uma jornada do fim do campeonato sagrou-se campeão, com uma média de 5,5 golos por jogo. Como se sente?

- Muito contente! Estou a dar o meu melhor, por mim e pelo meu país. Porque daqui a uns anos não é do Ivan que se vão lembrar, mas sim do jogador de Moçambique.

Mas a sua missão não se resume só à de jogador...

- Esta é uma experiência única, para mais tarde recordar. Tenho ajudado nos escalões de formação e, pela primeira vez na história do clube, seniores, sub-15, 17 e 20 sagraram-se campeões na mesma época e até a equipa feminina começou a ter resultados positivos. Tenho emprestado a minha experiência, em prol do desenvolvimento da modalidade, mas também tenho aprendido muito.

Ivan Esculudes chegou ao Cairo em março, diz que a adaptação foi rápida e está nos seus planos ficar por alguns anos. 


Por Filipa Reis
Fonte: A Bola

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