Pedro Azevedo vice-presidente da Federação Angolana de Patinagem |
Vice-presidente da Federação Angolana de Patinagem sonha ver Seleção no pódio da prova que o País organiza em setembro deste ano. O investimento é de 110 milhões de dólares, mas dirigentes esperam retorno no futuro. Seleção prepara a competição no Torneio de Montreux, onde conseguiu o quarto lugar há dois anos...
Com que objetivos parte a Seleção para o Torneio de Montreux, tendo em conta a preparação para o Campeonato do Mundo?
- Serve, sobretudo, para preparar o Mundial. Precisamos de dar concentração e enquadramento à equipa. Queremos que haja uma maior rotina e um grupo mais competitivo. O objetivo passa por conseguimos igualar o 4.º lugar dos últimos dois anos, depois de termos conquistado o Torneio Internacional de Vendimia, na Argentina.
- Serve também para pôr em marcha a publicidade ao Mundial?
- Sem dúvida. Vamos tentar divulgar ao máximo. Já temos tudo tratado para colocarmos uma tenda junto ao local dos jogos para promover o Mundial e Angola junto da população e dos turistas. Queremos dar a conhecer nessa tenda as nossas infraestruturas, cultura, gastronomia e música.
- Tudo preparado para o primeiro Mundial em África?
- É o primeiro do grupo A em África e isso dá-nos grandes responsabilidades. São 39 anos de sonho concretizados. Temos noção da nossa responsabilidade e este crescimento das infraestruturas irá proporcionar-nos a oportunidade de albergarmos outros eventos. Os pavilhões são multidesportivos. Há uma grande responsabilidade da Federação Angolana de Patinagem, sobretudo na minha pessoa, já que sou membro do Comité Internacional.
- Como estão os pavilhões?
- Em termos de percentagem podemos dizer que estão a 65/70 por cento. Temos três pavilhões construídos de raiz com cariz de Mundial, sendo que o do Malanje será apenas utilizado no Torneio Internacional José Eduardo dos Santos, em agosto. Tem capacidade para 3000 pessoas, tal como o do Namibe. O de Luanda, que é o mais atrasado, leva 12 mil. Em abril começaremos com a cobertura, que leva mais tempo, mas neste momento as bancadas já estão a ser montadas. Faltará depois a parte conclusiva, nomeadamente com a colocação do piso, que será de taco com caixa-de-ar.
- Que investimento representa este Mundial?
- Temos de estar à altura da responsabilidade, pelo que o investimento total ronda os 120 milhões de dólares para tudo, incluindo a preparação da nossa Seleção e o plano de expansão da modalidade, que já está em marcha. Só os pavilhões levam cerca de 110 milhões. Mas estamos a falar de um plano a longo prazo, investimos hoje para colher amanhã. É um grande esforço do Governo, mas com o desporto mobilizamos toda a sociedade e afastamos muitas pessoas de problemas como o alcoolismo e as drogas. Podemos usar estes pavilhões nos próximos 30 anos.
- E qual o objetivo da seleção?
- Angola já é uma vencedora por mostrar a todos que pode organizar um Mundial. A Seleção não pode pensar no título, essa responsabilidade pertence a outros. A maior vitória já está alcançada e passa pelo crescimento que podemos ter enquanto país. O G20 estará em Angola, teremos de tirar proveito disso. Ganhámos com raça este direito. Em termos desportivos a seleção está no 6.º ou 7.º lugar do ranking, pelo que a nossa ambição, jogando em casa, passa por chegar aos quartos de final. O que vier mais será bem vindo. O sexto é a melhor classificação de sempre, em Vigo, em 2009.
- Pode Angola chegar ao pódio?
- O grande objetivo é o quarto lugar. Chegar ao pódio dependerá sempre do que as outras equipas deixarem Angola fazer. Não há vencedores antecipados e temos a vantagem de jogar em casa, o que nos dá sempre mais alguma percentagem de favoritismo. Se conseguirmos chegar ao 4.º lugar a vitória será dupla.
- O que está a ser feito na divulgação da modalidade?
- Vamos dar muito a ganhar ao País. O plano de desenvolvimento já está em marcha, em vários núcleos de patinagem. Temos feito uma grande aposta nas corridas de patins em linha e ainda no fim de semana passado estivemos no Kazenga para promover essa aposta.
- Teremos a seleção quase final no estágio em Portugal?
- A equipa que esteve na Argentina já foi a base. Em Montreux não mudará muito, com o Tiago e Pedalé como guarda-redes e aquele lote base com João Pinto, André Centeno, Kirro, Rui André, Rui Miguel, Filipe, Márcio Fernandes. São 10 ou 11 jogadores praticamente certos, podendo depois apostar na entrada de um ou dois jovens. Pode entrar por exemplo o Anderson Silva, miúdo de 19 anos do Limianos. Temos muito valor e isto serve para dizer que há grande para o futuro imediato da nossa Seleção.
Fonte: Abola
(ASF/RICARDO QUARESMA)
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