quinta-feira, 10 de abril de 2014

Jovem hoquista de Alverca brilha em França

David Abreu vive na Bretanha há três anos e já foi o melhor marcador do campeonato de Hóquei em Patins




Depois de dois convites para jogar no estrangeiro durante anos consecutivos David Abreu não hesitou ao terceiro e mudou-se para a Bretanha, na costa litoral de França entre o Canal da Mancha e o Oceano Atlântico. O jovem de Alverca com 26 anos nunca tinha estado longe da família e dos amigos e com um francês bastante rudimentar diz que os primeiros tempos foram difíceis. “Era um sítio novo e não conhecia nada. Mas os Bretões são bastante simpáticos e acolhedores. É normal convidarem-se uns para a casa dos outros”, afirma David.

O hoquista começou a jogar no FC Alverca e na idade de júnior passou para o SL Benfica. Para ele a modalidade era uma paixão de miúdo. “Era uma criança hiperactiva e só com os patins é que me sentia bem”, esclarece David. Depois de uma passagem pelos Tigres de Almeirim e pelo Oeiras o jovem português transferiu-se para o Ploufragran. “Senti-me entusiasmado pelo projecto e queria continuar a progredir na minha carreira”. Ofereceram-lhe casa, salário e outro emprego que o fizeram abandonar o trabalho nos sistemas de informação de uma operadora nacional.

David não defraudou as expectativas e foi o melhor marcador do campeonato gaulês com 42 golos no ano transacto. Esta época mudou-se para o Saint Brieuc para lutar pelas competições internacionais. A transferência de um clube para o outro não o obrigou a mudança de área e continua a viver num raio de dez quilómetros desde que chegou a França numa vila chamada Pordic. Mora sozinho e os seus dias são passados basicamente no clube a treinar e a dar formação às camada jovens e ainda tem um part-time numa superfície comercial desportiva. “O tempo livre serve para repousar e para aproveitar o que a Bretanha tem para oferecer”, esclarece.

O hóquista ainda continua fascinado pela Bretanha, pela sua beleza natural e pelos prazeres gastronómicos apesar do próprio ainda se refugiar nos cozinhados lusitanos. Habita a cinco quilómetros da praia e sempre que pode vai até aos portos marítimos para passear apesar do clima não ser muito agradável. “As temperaturas podem descer até aos cinco graus centigrados e custa a habituar quando se vem de um clima quente”. Conta que está completamente integrado e que tem amigos dentro e fora do hóquei mas apesar disso afiança que não há nada como o “nosso país”. “Portugal será sempre o meu país preferido. Tem tudo o que há de bom para oferecer fora as condições de trabalho”, acrescenta. Para ele, o hóquei até é uma aposta nacional mas as pessoas que orientam os destinos da modalidade não a sabem potenciar.

As saudades são uma constante da vida de David e aproveita os fins de temporada e as épocas comemorativas para regressar e visitar a família. Na Bretanha há muitos portugueses sendo que a maior parte continua ser originária do norte de Portugal. A carreira como hoquista ainda tem pernas para andar e por isso a sua prioridade não é constituir família ou arranjar namorada. “Nunca direi que não por não ser do mesmo país. O que o futuro me reservar eu estarei cá para abraçar seja aqui ou em qualquer outro sítio”, conclui.


O que Portugal tira 

e a França garante

David Abreu sente um carinho especial por todos os emblemas nacionais que representou e não consegue escolher o que o tenha marcado mais. No entanto, e apesar de elogiar a massa adepta dos Tigres de Almeirim e o espírito do grupo de trabalhou, o jovem hoquista ainda ficou prejudicado em cerca de dois mil euros com ordenados em atraso durante a sua passagem pelo clube. “Foi na época de 2010/2011. Sagramo-nos campeões nacionais mas a falta de pagamento dos ordenados fez com que a maior parte dos jogadores saísse”, conta. Desde que está no campeonato gaulês, o salário nunca foi uma dor de cabeça para David.

Fonte: Mirante

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